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Uma análise recente sugere que a área metropolitana de Sydney pode se tornar uma potência de energia renovável, com capacidade de produzir até 21 gigawatts (GW) de eletricidade limpa por meio da instalação de sistemas solares nos telhados.
O estudo, conduzido pela empresa de engenharia Arcadis em colaboração com o Comitê de Sydney, Ausgrid, Endeavour Energy e Arup, explora o conceito de transformar Sydney em uma Zona de Energia Renovável (ZER). Essa ZER metropolitana poderia aproveitar a vasta e subutilizada área de telhados residenciais, comerciais e industriais nos 12.368 quilômetros quadrados da cidade.
Se totalmente implementada, esta iniciativa poderá suprir aproximadamente 75% do consumo anual total de eletricidade de Sydney — um número impressionante, considerando que a cidade é responsável por quase metade da demanda de energia de todo o estado.
Alan Brookes, CEO da Arcadis, enfatizou o potencial de um esforço coordenado como esse. "Ao aproveitar a capacidade solar dos telhados, em grande parte ociosa, e integrar o armazenamento em bateria, podemos abrir caminho para um sistema energético mais verde, robusto e justo para os moradores de Sydney", disse ele.
Em Nova Gales do Sul, diversas Zonas de Recuperação de Energia (REZs) já estão em andamento como parte de uma transição mais ampla dentro do Mercado Nacional de Eletricidade (NEM). A zona Centro-Oeste de Orana deverá ser a primeira a entrar em construção, e o estado planeja pelo menos mais quatro.
Rompendo com a tradição, Nova Gales do Sul está explorando REZs com foco urbano, como a proposta para Illawarra, que depende de geração distribuída, incluindo energia solar em telhados, sistemas de baterias em escala de bairro e usinas de energia virtuais (VPPs) — um modelo que se alinha estreitamente com a potencial transformação de Sydney.
Em alguns subúrbios, a geração local já cobre cerca de um terço da energia consumida. Áreas como Riverstone, Marsden Park, Oakville e Box Hill contribuem com mais de 100 megawatts (MW) de energia descentralizada, enquanto distritos como Hornsby e Northern Beaches apresentam os maiores índices de autossuficiência energética. Atualmente, cerca de 3 GW de energia solar em telhados estão instalados em Sydney, atendendo a cerca de 10% a 12% de suas necessidades de eletricidade.
A expansão da cobertura solar juntamente com o armazenamento de baterias na comunidade poderia melhorar significativamente esse desempenho, ajudando a gerenciar o excedente de energia e redistribuí-lo pelas redes locais — um tópico abordado em profundidade no Energy-Storage.news.
O relatório descreve isso como uma oportunidade crucial, especialmente com as antigas usinas a carvão programadas para aposentadoria. Uma zona de energia renovável bem planejada em Sydney pode ser fundamental para inaugurar novas formas de geração de energia renovável.
A rápida adoção da energia solar residencial na Austrália ajudou o país a atingir uma das maiores capacidades solares per capita do mundo. Expandir esse impulso para os setores comercial e industrial pode gerar um potencial ainda maior.
O relatório observa que edifícios industriais, com suas amplas áreas de cobertura e consumo de energia relativamente baixo, são candidatos ideais. Em alguns casos, essas instalações podem gerar até cinco vezes mais energia do que o necessário. Apesar disso, as instalações solares em telhados geralmente se limitam a atender apenas a demanda local. Esse dimensionamento conservador impede que os proprietários de ativos aproveitem a receita potencial devolvendo o excedente de eletricidade à rede — uma limitação que poderia ser solucionada com a instalação de sistemas de baterias de pequena escala.
Muitas vezes, apenas 10 a 20% da superfície de um telhado industrial é suficiente para cobrir as necessidades atuais de eletricidade. No entanto, com a infraestrutura adequada, esses edifícios podem se tornar exportadores líquidos de energia.
Por outro lado, edifícios comerciais e residenciais de grande altura normalmente têm espaço limitado no telhado em relação ao seu consumo de energia. Essas propriedades podem atender apenas cerca de 5% de suas necessidades energéticas com energia solar, enquanto locais de média densidade e industriais podem atingir de 15 a 20%. Residências isoladas, no entanto, muitas vezes conseguem atender 100% de sua demanda com sistemas solares de telhado.
Os sistemas de armazenamento de energia de bateria (BESS) estão se tornando uma adição cada vez mais comum às instalações solares fotovoltaicas, permitindo que residências e empresas armazenem o excesso de energia e aumentem sua independência energética.
De acordo com o relatório, Sydney está testemunhando um aumento significativo nos investimentos em BESS. Isso se deve em grande parte ao programa de descontos em baterias de Nova Gales do Sul, que recentemente se fundiu a uma iniciativa mais ampla de usinas de energia virtuais (VPP).
Em menos de 12 meses, aproximadamente uma em cada 40 residências equipadas com energia solar em Sydney adicionou uma bateria residencial. O apoio federal também está a caminho, com um compromisso de AU$ 2,3 bilhões (US$ 1,5 bilhão) por meio do Programa de Baterias Residenciais Mais Baratas, que deverá acelerar ainda mais a adoção.
A tecnologia de conexão entre veículo e rede (V2G) é outro desenvolvimento promissor. Como os veículos elétricos (VEs) possuem baterias maiores do que os sistemas domésticos, eles podem desempenhar um papel vital na estabilidade da rede e no armazenamento de energia. O relatório destaca que tanto os VEs quanto os ônibus elétricos podem servir como componentes integrais do futuro da energia limpa em Sydney.
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