Energia solar e preços: Brasil emerge como líder em energia fotovoltaica

2024-03-07

Nos últimos anos, o Brasil experimentou um aumento notável na adoção da energia fotovoltaica (PV). Só em 2023, a utilização da energia fotovoltaica no país testemunhou uma taxa de crescimento surpreendente de mais de 1 GW por mês, com a energia fotovoltaica nos telhados a representar 70% desta expansão. A capacidade fotovoltaica instalada acumulada no Brasil ultrapassou a marca de 37 GW, demonstrando o compromisso crescente do país com soluções de energia sustentável. Com uma taxa de implantação de 60 W por pessoa por ano, o setor fotovoltaico do Brasil está avançando rapidamente, prestes a dobrar sua capacidade instalada a cada dois anos.

 

Vários fatores contribuíram para o florescimento da indústria fotovoltaica no Brasil. A legislação favorável sobre medição líquida, juntamente com o aumento das tarifas de electricidade convencional, incentivou os indivíduos e as empresas a explorar fontes alternativas de energia. Além disso, a tendência consistente e significativa de queda nos preços dos equipamentos fotovoltaicos fez da energia fotovoltaica o segundo maior contribuinte para o mix de geração de eletricidade do Brasil. Embora a hidroeletricidade ainda domine o mercado energético do país, com aproximadamente 110 GW de capacidade instalada, a energia solar fotovoltaica fez progressos impressionantes, ultrapassando a energia eólica onshore para garantir a segunda posição com 37 GW (17% da capacidade total do país). A biomassa, derivada principalmente do bagaço de cana-de-açúcar e do biogás, adicionou ainda 17 GW (8%). Juntas, essas fontes de energia renováveis ​​respondem por mais de 85% da capacidade de geração de eletricidade do Brasil.

 

A energia solar fotovoltaica e a eólica emergiram como as tecnologias de geração de energia com melhor custo-benefício no Brasil. A evolução dos preços da energia fotovoltaica nos leilões nacionais de energia do mercado regulado de electricidade testemunhou uma transformação notável. Ao longo dos anos, os preços da energia fotovoltaica caíram de mais de US$ 100/MWh em 2013 para meros US$ 32/MWh em 2022, atingindo um mínimo histórico de pouco mais de US$ 20/MWh em 2019. Esta queda drástica nos preços tornou a energia solar fotovoltaica um atrativo e solução de energia acessível para consumidores e empresas.

 

O cenário energético do Brasil está preparado para novas transformações à medida que o país adota a eletrificação dos transportes, do aquecimento e da indústria, juntamente com a produção de hidrogênio verde. Projeta-se que esses avanços impulsionem a demanda por instalações fotovoltaicas em grande escala nos próximos anos. Com seu mercado de energia incrivelmente bem estruturado, recursos solares e eólicos abundantes e proximidade com os mercados de exportação da Europa, o Brasil tem potencial para se tornar um líder global na produção de hidrogênio e amônia (NH3) de baixo custo.

 

Para geração distribuída, a energia solar fotovoltaica se destaca como a tecnologia mais competitiva em termos de custo, oferecendo um custo nivelado de eletricidade (LCOE) que é significativamente inferior às tarifas dos serviços públicos de distribuição em todo o país. O período de retorno para sistemas fotovoltaicos residenciais em telhados normalmente varia entre três e cinco anos, dependendo da disponibilidade de recursos de radiação solar e da tarifa de varejo da concessionária de distribuição local. Apesar do vasto potencial para adoção de energia fotovoltaica, apenas uma fração dos 93 milhões de unidades consumidoras do Brasil (potenciais telhados) instalou sistemas fotovoltaicos em telhados. Através de legislação favorável que permite o autoconsumo remoto, aproximadamente 2,3 milhões de instalações fotovoltaicas em telhados com medição líquida produziram créditos de energia para 3,6 milhões de unidades consumidoras. Esta legislação inclusiva democratizou a produção de eletricidade e permitiu que os residentes em edifícios multifamiliares e de vários andares beneficiassem da eletricidade gerada por energia fotovoltaica dentro da sua área de concessão de serviços de distribuição.

 

Em 2012, quando a legislação nacional e um esquema de medição líquida permitiram que a energia fotovoltaica fosse ligada à rede de serviços públicos, a geração distribuída de energia fotovoltaica nos telhados começou a partir de origens humildes. Ao longo dos anos, a capacidade fotovoltaica em telhados ultrapassou a instalação de usinas fotovoltaicas de grande escala, sendo que os telhados representam agora aproximadamente 70% da capacidade fotovoltaica total instalada no Brasil. À medida que se espalha a consciência sobre a crescente disparidade de preços entre a electricidade solar e as tarifas de electricidade a retalho, mais consumidores residenciais estão a abraçar ansiosamente a opção fotovoltaica nos telhados. Além disso, à medida que os preços das baterias de iões de lítio e dos veículos eléctricos continuam a diminuir, o abandono dos veículos movidos a combustíveis fósseis impulsionará ainda mais a procura de electricidade. A energia solar fotovoltaica em telhados surge como a alternativa mais econômica, oferecendo o menor custo por quilômetro percorrido.

 

Ao capitalizar seus recursos abundantes, condições de mercado favoráveis ​​e legislação progressista, o Brasil está abrindo caminho para um futuro energético sustentável com a energia solar fotovoltaica em sua vanguarda.

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