Índia lança licitações para armazenamento de energia totalizando 171 GWh desde 2018

Desde 2018, a Índia iniciou licitações para armazenamento de energia totalizando 171 GWh, com mais de 55 GWh anunciados apenas no primeiro semestre de 2025.

Dados da Aliança de Armazenamento de Energia da Índia (IESA) revelam que 118 licitações relacionadas a sistemas de armazenamento de energia (ESS) foram realizadas nos últimos sete anos. Essas licitações incluem projetos híbridos de energia renovável com armazenamento e implantações autônomas de armazenamento de energia.

Em junho de 2025, a capacidade licitada atingiu um total acumulado de 171 GWh, compreendendo 106 GWh de armazenamento de energia hidrelétrica bombeada (PHES) e 66 GWh de sistemas de armazenamento de energia por baterias (BESS). No entanto, nem toda a capacidade adjudicada seguiu para desenvolvimento. Aproximadamente 38,72 GWh dos contratos adjudicados foram posteriormente cancelados, principalmente de rodadas anteriores. Atualmente, a construção de 48,54 GWh de projetos está em andamento — aproximadamente 40 GWh em PHES e pouco menos de 10 GWh em BESS.

De acordo com o presidente da IESA, Debmalya Sen, cerca de 22 GWh dos 55,4 GWh emitidos em 2025 até o momento referem-se ao armazenamento em baterias. Ele observou que as licitações estão atuando como um catalisador fundamental para a expansão do setor de armazenamento de energia, facilitadas por entidades centrais como a Corporação de Energia Solar da Índia (SECI) e diversas agências estaduais.

Ainda assim, esses processos de licitação são apenas um passo inicial em direção à implantação mais ampla dos sistemas de armazenamento necessários para apoiar os objetivos energéticos nacionais. A ambição de longo prazo da Índia inclui a integração de 500 GW de capacidade de combustíveis não fósseis até 2030, dos quais 472 GW deverão vir de fontes renováveis, como solar e eólica.

O Ministro da Energia da União, Manohar Lal Khattar, comentou durante a conferência da Semana de Armazenamento de Energia da Índia (IESW) que o país já atingiu cerca de 50% de sua meta de capacidade de energia renovável. Ele também destacou que os custos de armazenamento em baterias diminuíram significativamente nos últimos anos, passando de aproximadamente INR 1 milhão (US$ 11.670)/MW/mês para INR 250.000/MW/mês.

No mesmo evento, Ghanshyam Prasad, presidente da Autoridade Central de Eletricidade (CEA), destacou que a capacidade operacional atual do BESS na Índia é de apenas 250 MW/506 MWh — um número modesto em vista da necessidade de armazenamento projetada de 74 GW em BESS e PHES até o ano fiscal de 2031–2032, com base nos modelos da CEA.

Enquanto isso, os insights de mercado da Mercom Índia indicam que 2024 testemunhou mais de 341 MWh de novas implantações de BESS, marcando um aumento significativo em relação aos 51 MWh instalados em 2023. Karnataka liderou as instalações, respondendo por 36% da nova capacidade, seguido por Chhattisgarh (27%) e Gujarat (17%).

O relatório também observa que aproximadamente 60% da capacidade total instalada veio de baterias integradas a sistemas de energia solar. Isso reflete o crescente impulso para o armazenamento autônomo, principalmente quando comparado aos números de março de 2024, quando cerca de 90% dos sistemas de baterias instalados faziam parte de configurações híbridas.

De acordo com o National Load Dispatch Centre (NLDC) e a atualização do primeiro semestre de 2025 da IESA, a Índia deve implantar 4 GW/17 GWh adicionais de BESS e 3 GW/16 GWh de PHES até o final do ano fiscal de 2025–2026 para atingir as metas nacionais de adequação energética de curto prazo.

Apesar de um pipeline de desenvolvimento com 43 GWh de BESS e 60 GWh de PHES sob licitação competitiva, a IESA alertou que atrasos em qualquer um desses projetos poderiam comprometer a capacidade da Índia de atingir metas de armazenamento imediatas e de longo prazo.